A Polícia Federal deflagra, na manhã desta terça-feira (20), a Operação Alarife, com o objetivo de cumprir mandados judiciais decorrentes de investigação relativa a fraudes ao programa do seguro-desemprego.
A investigação detectou que foram abertas empresas na Junta Comercial da Bahia com a utilização de documentos falsos com o único intuito de registrar falsos vínculos empregatícios para possibilitar o recebimento de seguro-desemprego. Apurou-se, até agora, que os fraudadores fizeram 59 requerimentos de seguro-desemprego para trabalhadores fictos, causando um prejuízo de R$ 230.926,26 aos cofres públicos.
Os fraudadores obtiveram em Feira de Santana certificados digitais com a utilização de documentos falsos, e com a utilização deste equipamento, faziam as transmissões dos requerimentos do seguro-desemprego.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado da Polícia Federal, Fábio Marques, explicou que as investigações iniciaram após uma auditoria do Ministério do Trabalho identificar transmissões que foram realizadas através de requerimentos com documentos falsos.
“A uditoria do Ministério do Trabalho identificou duas empresas da região que teriam sido constituídas unicamente para fraudar o programa de seguro-desemprego. A Polícia Federal iniciou as investigações e conseguiu identificar pelo menos dois envolvidos diretamente nessa fraude. Foram os responsáveis pelo envio e transmissão desses requerimentos via sistema com a utilização do certificado digital e com base nesses dados, foi possível chegar até a identificação. Aqui em Feira de Santana, foram encontrados mais de 100 identidades falsas na casa de um dos investigados e as buscas não se resumem apenas ao programa de seguro-desemprego, foram encontrados também diversos cartões de saque do Bolsa Família”, explicou.
Ainda segundo o delegado, será investigado se houve algum furto ou extravio das cédulas de identidade para que as fraudes pudessem acontecer.
“Eles faziam uma identidade com o suporte do documento verdadeiro, mas colocavam fotos de várias pessoas, nomes, dados, todos inexistentes e foi através disso, que foi identificada a simulação dos falsos empregados com a suposta demissão, realizando assim os requerimentos do seguro-desemprego. A investigação agora passa para a fase de identificar algum extravio dos documentos ou se houve furto, pois os documentos apresentados são considerados verdadeiros”, afirmou.
Na data de hoje estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Feira de Santana e Petrolina (PE) e dois mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporária, todos expedidos pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária de Feira de Santana.
Os investigados irão responder pelos crimes de associação criminosa e estelionato.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade